Papa João Paulo I tem milagre reconhecido e será beatificado

13 de outubro de 2021, quarta Papa João Paulo I tem milagre reconhecido e será beatificado

O papa Francisco, ao receber o cardeal Marcello Semeraro em audiência na manhã desta quarta-feira (13), autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão de João Paulo I. Trata-se da cura de uma menina de 11 anos em Buenos Aires, no dia 23 deO papa Francisco, ao receber o cardeal Marcello Semeraro em audiência na manhã desta quarta-feira (13), autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão de João Paulo I.

Trata-se da cura de uma menina de 11 anos em Buenos Aires, no dia 23 de julho de 2011, que sofria de "encefalopatia inflamatória aguda grave, doença epilética refratária maligna, choque séptico" e que estava em fim de vida. O quadro clínico era muito grave, caracterizado por numerosas crises epiléticas diárias e um estado séptico causado por broncopneumonia.

A iniciativa de invocar o papa João Paulo I, cujo nome de batismo era Albino Luciani, foi tomada pelo pároco da paróquia à qual pertencia o hospital, ao qual ele era muito devoto. Assim abre-se o caminho para a sua beatificação. O próximo passo é aguardar a data, que será fixada por Francisco.

Ao lado dos pobres, sempre

Nascido em 17 de outubro de 1912 em Forno di Canale (hoje Canale d´Agordo), na província de Belluno, norte da Itália, e falecido em 28 de setembro de 1978 no Vaticano, Albino Luciani foi papa apenas por 34 dias, um dos pontificados mais breves da história.

Era filho de um operário socialista que trabalhava há muito tempo como imigrante na Suíça. No bilhete escrito pelo seu pai, dando-lhe o consentimento para entrar no seminário, lê-se: "Espero que quando você for padre, fique ao lado dos pobres, porque Cristo estava ao lado deles". Palavras que Luciani colocaria em prática durante toda sua vida.

Albino foi ordenado sacerdote em 1935 e em 1958, logo após a eleição de João XXIII que o havia conhecido como Patriarca de Veneza, foi nomeado bispo de Vittorio Veneto.

Filho de uma terra pobre caracterizada pela imigração, mas também muito viva do ponto de vista social, e de uma Igreja caracterizada por grandes sacerdotes, Albino Luciani participou de todo o Concílio Ecumênico Vaticano II e aplicou suas diretrizes com entusiasmo. Passou muito tempo no confessionário e foi um pastor próximo ao seu povo.

Durante os anos em que se discutia a legalidade da pílula anticoncepcional, ele se pronunciou repetidamente a favor da abertura da Igreja sobre seu uso, tendo escutado muitas famílias jovens. Após a publicação da encíclica Humanae Vitae, na qual Paulo VI declarou a pílula moralmente ilícita em 1968, o bispo de Vittorio Veneto promoveu o documento, aderindo ao magistério do pontífice. Paulo VI, que teve a oportunidade de apreciá-lo, nomeou-o patriarca de Veneza no final de 1969 e o nomeou cardeal em março de 1973.