Deus reina não para nos dominar, mas para nos libertar, diz Leão XIV

08 de dezembro de 2025, segunda Deus reina não para nos dominar, mas para nos libertar, diz Leão XIV

“Colocamos os nossos pensamentos e energias ao serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar”, disse o papa Leão XIV hoje (7), ao rezar a oração do Ângelus na Praça São Pedro, no Vaticano.

O papa lembrou que a passagem do Evangelho de hoje, do livro de são Mateus, "anuncia-nos a vinda do Reino de Deus" e destacou: "Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: "Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu!"".

“Na oração do Pai-Nosso, pedimos todos os dias: “Venha a nós o vosso reino". O próprio Jesus no-lo ensinou. E com esta invocação, orientamo-nos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo”, disse.

O papa observou que o próprio João “ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia”. E acrescentou: “Cada um de nós pode pensar numa surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida”.

“É a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II”, disse Leão XIV, ressaltando que é “uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos por acolhê-lo e servi-lo”.

"Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: «o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá"", disse o papa, citando Isaías.

“Como o mundo precisa desta esperança”, expressou o papa, frisando que “nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, acolhamo-lo. O menino, Jesus de Nazaré, guiar-nos-á!”.

“Não esqueçamos que a paz é possível!”, disse.

Depois da oração do Ângelus, o papa falou sobre a sua recente viagem à Turquia e ao Líbano, onde "com o estimado irmão Bartolomeu, Patriarca Ecuménico de Constantinopla, e os representantes de outras confissões cristãs", se reuniram "para rezar juntos em ?znik, a antiga Niceia, onde há 1700 anos se realizou o primeiro Concílio Ecumênico".

“Hoje mesmo se comemora o 60º aniversário da Declaração comum entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, que pôs fim às excomunhões recíprocas. Damos graças a Deus e renovamos o compromisso no caminho rumo à plena unidade visível de todos os cristãos", incentivou o papa.  

Sobre a sua viagem ao Líbano, ele disse: “O Líbano continua a ser um mosaico de convívio fraterno e consolou-me ouvir tantos testemunhos nesse sentido. Encontrei pessoas que anunciam o Evangelho acolhendo os deslocados, visitando os prisioneiros, partilhando o pão com os necessitados".

“Os libaneses esperavam uma palavra e uma presença de consolação, mas foram eles que me animaram com a sua fé e o seu entusiasmo!”, declarou.

“O que aconteceu nos últimos dias na Turquia e no Líbano ensina-nos que a paz é possível e que os cristãos, em diálogo com homens e mulheres de outras religiões e culturas, podem contribuir para a sua construção. Não esqueçamos que a paz é possível!”, disse
Solidariedade com as vítimas das enchentes no Sul e Sudeste Asiático

Em seguida, o papa expressou a sua solidariedade para com "os povos do Sul e do Sudeste Asiático", que foram "duramente provados pelos recentes desastres naturais", entre elas ciclones e tempestades tropicais que causaram mais de mil e quinhentas mortes nos últimos dias.

“Rezo pelas vítimas, pelas famílias que choram os seus entes queridos e por todos aqueles que prestam socorro. Exorto a comunidade internacional e todas as pessoas de boa vontade a apoiar com gestos de solidariedade os irmãos e irmãs dessas regiões”, disse o papa.

Fonte: ACI Digital
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