Conferência Episcopal da Venezuela pede reunificação e paz no país

A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) apresentou uma exortação pastoral intitulada Construtores de Paz na Justiça e na Liberdade em que pede a união de todos os venezuelanos para trabalhar pelo bem comum e pelo progresso do país.

Em entrevista coletiva na última sexta-feira (11), o arcebispo de Barquisimeto, Pólito Rodríguez, apresentou o documento junto com outros bispos venezuelanos ao fim da 124ª assembleia plenária ordinária da CEV.

Rodríguez foi um dos quatro arcebispos venezuelanos que receberam o pálio arquiepiscopal do papa Leão XIV em 29 de junho, no Vaticano. O arcebispo disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que foi "uma experiência maravilhosa" e que o papa pediu à CEV para fomentar a unidade e a comunhão. "Estamos todos trabalhando para esse objetivo".

A nova exortação pastoral busca "guiar o povo venezuelano para o bem e a unidade", disse o arcebispo.

"Na medida em que pudermos nos reconhecer como pessoas, como filhos de Deus que somos, com falhas e muitas limitações devido à nossa condição humana, nessa medida acredito que teremos a oportunidade e a abertura para nos redescobrir como venezuelanos", diz Rodríguez.

"O Jubileu de 2025 deste ano pede a conversão daqueles que buscam tomar o controle da verdade e criar paradigmas baseados na lógica da negação, da manipulação e da força, para que possam abandonar todas as atitudes arrogantes e autoritárias", diz a carta.

O documento também enfatiza a importância dos venezuelanos se reconectarem "com sua própria realidade histórica" para navegar por caminhos que levem à paz e à verdade.

“É uma necessidade, é imperativo que nosso povo se reúna”, diz dom Rodríguez. “Nosso povo está sofrendo tremendamente”.

“Precisamos ver como sofremos com a perda de nossos parentes, mas também precisamos ver o quanto aqueles que estão no exterior estão sofrendo”, diz também o arcebispo. “Mesmo que haja limitações e situações complexas, o melhor é estar em nossa terra natal”.

A CEV diz que não é necessário fazer um diagnóstico exaustivo dos males que afligem a Venezuela, "mas é preciso insistir que, com a participação de todos, podemos encontrar novas soluções".

Para isso, a conferência episcopal propõe que todos os setores da vida nacional criem condições para o diálogo e a obtenção de acordos, "mesmo que isso signifique fazer certos sacrifícios". As negociações, diz a CEV, devem ir além de acordos políticos e oferecer soluções para todo o país.

Como um farol de esperança em meio a essa encruzilhada histórica, a Igreja destaca a canonização próxima do beato José Gregorio Hernández e da beata Carmen Rendiles, os primeiros venezuelanos a serem elevados aos altares, em 19 de outubro.

Eles são "reflexos vivos da nossa realidade humana, modelos de fé e de vida cristã, com os quais nos identificamos e nos quais se manifesta a verdadeira imagem do venezuelano", escreve a conferência episcopal.

“A santidade é o caminho que todos devemos buscar como ideal de vida em nossa vida pessoal e comunidade, que inspira tantos homens e mulheres neste país a viver a serviço dos mais nobres ideais e valores humanos, da promoção e defesa da dignidade humana e do comprometimento com o bem comum", diz a CEV.

Fonte: Vatican News
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